Nascido em Olhão, foi muito novo para Casablanca (Marrocos), com o pai, militante anarco-sindicalista. Aí estudou e começou muito cedo a trabalhar como caixa num grupo de padarias. Regressa a Portugal em 1942, e vai trabalhar para uma fábrica de conservas no Algarve, no sector da exportação, devido ao seu conhecimento de línguas.. Em 1946, adere ao PCP e sofre várias prisões entre 1958 e 1969. Em 1967, vem para Setúbal trabalhar no mesmo sector, conhecendo Zeca Afonso. Junto com ele, Tito Lívio, e Carlos Tavares da Silva funda, em 1969, o Círculo Cultural de Setúbal.
Músico desde muito novo, acordeonista, começou a tocar em bailes em Marrocos e depois com vários artistas ainda no Algarve. Animou diversos grupos musicais e era presença comum nas colectividades locais. Gravou com Zeca Afonso e com os “Galés” em disco, e participou , em vários grupos musicais para além de “Os Galés”, a “Banda do Andarilho”, “D`Traz da Guarda”, “Os Amigos de Lagameças” e “Os Amigos do Kanto”.
Na manifestação do Primeiro de Maio de 1974, em Setúbal, falou em nome do PCP, o que revela a consideração que a estrutura clandestina do partido tinha pela sua acção ao convida-lo para tal função de grande valor simbólico. No entanto, não se coibiu de participar com Zeca Afonso no disco “Viva o poder popular” (1975), editado pela Liga da Unidade e Acção Revolucionário (LUAR) e no LP “Enquanto há força” (1978). Em 2007, foi alvo de uma grande homenagem num espectáculo musical no Fórum Luisa Todi. Depois do 25 de Abril, foi funcionário do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Metalúrgicas e Metalomecânicas do Sul, e estava organizado no PCP na freguesia de São Julião.
FONTES:
Entrevista a O Setubalense, 8 de Outubro de 2007.
Homenagem a Dimas Pereira
Etc & Tal
“Duas centenas despediram-se ontem de Dimas Pereira” , Associação José Afonso
Avante!, 7 de Maio de 2009.
ANTT:
PT/TT/PIDE/E/010/117/23365 (1958-11-14 a 1969-05-05)
PIDE, Serviços Centrais, Registo Geral de Presos, liv. 117, registo n.º 23365